27º Domingo do Tempo Comum – 2024

 

“Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”

Deus é o nosso auxiliador

 

Não é bom que o homem esteja só. Deus criou o ser humano e, olhando para ele, lhe agraciou com os sinais mais belos, pois nenhum de nós foi feito para a solidão. E assim Deus disse: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”; e não há maior graça do quer gerar a vida.

 

Nós fomos criados por Deus para vivermos em uma comunidade de amor, e a família é o maior sinal disso. Também fomos feitos para viver juntos, lado a lado, ajudando uns aos outros também em comunidade. 

 

Deus também disse na primeira leitura: “Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ti!” e da costela de Adão, Deus criou a mulher. Não foi do crânio, para ser superior e nem foi dos ossos dos pês, para ser inferior.

 

Devemos ser sinal de Deus na vida das pessoas

 

A mulher não foi criada apenas para ser auxiliar de seu esposo, pois quem de fato é o auxiliar do ser humano é Deus e, na presença da mulher, Deus se faz auxiliar do homem.  A mulher é um sinal da presença de Deus na vida do homem e vice-versa.

 

Ou seja, cada um de nós é chamado a ser um sinal de Deus na vida das pessoas. Como seria bonito se cada um de nós realmente abraçasse essa vocação! Infelizmente, o ser humano, às vezes, rejeita essa graça, o que causa divisões e contratestemunho, pois as divisões não vêm de Deus.

 

Antes do primeiro mandamento, devemos escutar a Deus, porque, escutando-o, é possível colocarmos em prática os demais mandamentos.

 

Devemos estar cientes de que Deus caminha lado a lado conosco, mesmo no silêncio. E Deus ouve a nossa oração, e para isso devemos saber orar, em vez de pedirmos apenas pelos outros, principalmente por suas mudanças, em vez disso, devemos em primeiro lugar pedir pela nossa conversão.

 

Devemos saber escutar Deus

 

Peçamos também para que saibamos escutá-lo, pois Deus fala conosco através das pessoas, até mesmo pela boca de um morador de rua quando nos aproximamos para lhe dar um alimento.

 

Que possamos estender nossas mãos para quem de fato precisa de nossa ajuda. O marido precisa da ajuda da esposa para carregar sua cruz e vice-versa e os filhos precisam da ajuda dos pais, fazendo da nossa família um lugar da presença de Deus, onde seu amor e sua graça se faz presente.

 

As virtudes nos ajudam a colocar em prática os ensinamentos de Deus, e são elas: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Quando uma pessoa busca a Deus ela se torna virtuosa e, ao mesmo tempo, um sinal de luz para quem está ao seu lado.

 

A solidão é comum na sociedade moderna

 

Hoje em dia, é muito comum ouvir nos hospitais e asilos alguém dizer que sofre de solidão. Muitas dessas pessoas buscam respostas em apegos a vícios, como bebidas, drogas, jogos e comportamentos relacionados à gula e sexualidade, na tentativa de preencher o vazio que as consome.

 

É somente buscando a Deus que é possível preencher este vazio. Aprendemos a lidar com os outros quando aprendemos a lidar com a solidão, do contrário exigimos dos outros aquilo que eles não têm obrigação de nos dar.

 

Devemos tomar a iniciativa de visitar alguém que está precisando da nossa presença, seja no asilo, nos hospitais, nas ruas ou até mesmo nas prisões. Recomenda-se fazer parte de alguma pastoral da igreja que atenda estas instituições, porque elas estão mais preparadas para isso.

 

Também é importante ligar para um conhecido ou até mesmo mandar uma mensagem de bom dia para ele, porque a carência é um mal que assombra a sociedade moderna que é tão egoísta. Esta é a tarefa que Deus nos confia para levarmos para casa: procurar alguém que precise de nossa presença e de nossa reconciliação.

Artigo baseado na homilia de
Padre Rodrigo Custódio Andrade Ramos
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP.