5º Domingo da Quaresma – 2023
Jesus que nos tirar de nossos sepulcros.
Deus quer a vida e não a morte, pois Ele é o criador da vida. A morte existe no mundo por conta do pecado, ou seja, a morte é fruto do pecado que gera o mal.
Lázaro estava morto e havia quatro dias que estava sepultado dentro da caverna fechada com uma pedra. Quando pecamos, ficamos amarrados como se estivéssemos atados com faixas e cheirando mal. E Deus não quer que experimentemos a morte através do pecado.
Quando Jesus vê seu melhor amigo atado com faixas e já cheirando mal, chora de tristeza. Então Jesus pede ao Pai autoridade para ressuscitar Lázaro, e esse poder só é manifestado em Jesus através da permissão de Deus.
Ao invocar Deus, Jesus exclama com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” com isso, Jesus expulsa o pecado da vida desse homem para ele viver, logo, Lázaro se levanta e volta à vida; assim devemos ser com o pecado: invocar Deus e exclamar com voz forte para que a tentação se afaste de nós.
Quando vier aquela tentação, por menor que seja, devemos saber que é de pecadinho em pecadinho que se torna um grande pecado e que acaba nos levando para dentro do sepulcro. Se você não tem controle de seus atos, evite-os, pois Deus não nos priva de nossos prazeres, Ele só não quer que sejamos escravos deles.
Por exemplo, quando se diz: “Hoje eu vou fumar só um cigarro”, e quando vê, já fumou um maço depois daquele. “Hoje eu vou ver umas moças de biquíni no Instagram” e quando vê, já está entrando em sites de pornografia; o mesmo serve para a gula.
Todos nós temos um pouco de Lázaro em nossas vidas, porque muitas vezes estamos mortos espiritualmente sem saber. Assim também era a vida de Paulo de Tarso antes de se converter, é quando achamos que estamos fazendo o que é certo de forma leviana.
Muitas vezes procuramos vida onde não há vida, procuramos existência onde não há, vivemos amarrados na nossa mundanidade, e com isso passamos a ter uma vida de angústias e de tristezas que deve ser preenchida a todo instante como se fosse um saco sem fundo; enquanto Jesus Cristo, nos quer na liberdade e na vida, sem a necessidade de nos vingar das pessoas por não serem reciprocas a nós.
Podemos ter de tudo, mas na liberdade, por isso Jesus Cristo vem nos tirar das nossas amarras, das nossas paixões, dos nossos pecados. Este símbolo de morte que não conseguimos romper por conta da carne, dizendo que podemos ser felizes sem Deus é rompido na cruz, e também, quando reconhecemos que a promessa de Deus em nossas vidas é a da vida eterna por praticarmos os seus ensinamentos.
Por isso Jesus Cristo entra na morte para rompê-la, para nos dar vida em plenitude. Seu casamento e sua família têm que ser vividos na vida, e não no círculo de morte através do egoísmo, do bem-estar às custas do outro e da mentira. A falta de perdão, de amor e de caridade são tudo realidade de morte.
Devemos reconhecer nossas faltas, que nos levam a pecar, clamando com voz forte a Deus: “Senhor, tira-me deste sepulcro em que eu me encontro, desamarra-me de meus pecados para que eu faça obras ainda maiores que as vossas. Ajuda-me a me solidarizar com meus irmãos assim como o Senhor fez com a família de Lázaro, para que eu seja livre e saiba a amar. Obrigado Senhor!”
Jesus disse aos discípulos: “Não fostes voz que me escolhestes, fui eu quem vos escolhi; eu não vos chamo servos, mas vos chamo amigos”. Portanto, nós somos os melhores amigos de Jesus Cristo, e por sermos seus melhores amigos, Ele quer nos libertar das amarras e nos tirar de nossos sepulcros para nos dar vida plena.
Artigo baseado na homilia de:
Padre Manoel Corrêa Viana Neto.
Diocese de Campo Limpo,
São Paulo – SP